Os ciúmes representam uma emoção complexa que frequentemente está associada ao medo da perda ou à ameaça percebida em relação a um vínculo significativo, geralmente afetivo. Apesar de, culturalmente, muitas vezes ser visto como um “sinal de amor”, a psicologia mostra que o ciúme está mais ligado à insegurança, à baixa autoestima e a dificuldades na regulação emocional do que propriamente à intensidade do afeto.
Porquê?
Porque do ponto de vista psicológico, o ciúme pode ter diferentes funções. Em níveis moderados, pode sinalizar a importância que atribuímos a uma relação e a motivar comportamentos de cuidado e proteção. No entanto, quando intenso ou recorrente, tende a estar associado a padrões desadaptativos de pensamento e comportamento, como vigilância excessiva, desconfiança e conflitos constantes. Nessas situações, o ciúme pode fragilizar a relação, aumentar o sofrimento emocional e até gerar comportamentos de controlo ou agressividade.
Pesquisas também apontam que fatores individuais desempenham um papel central. Pessoas com maior autoestima e maior inteligência emocional tendem a lidar melhor com o ciúme, transformando-o em oportunidade de diálogo e fortalecimento da relação, em vez de permitir que ele se traduza em insegurança ou atitudes prejudiciais. Assim, mais do que um “sinal de amor”, o ciúme é um reflexo do modo como nos relacionamos connosco mesmos e com os outros.
Por isso, trabalhar o autoconhecimento, a confiança mútua e a regulação emocional pode ajudar-te a viver relações mais saudáveis, nas quais o afeto não precisa de ser medido pela presença de ciúmes, mas sim pela segurança, respeito e cuidado mútuo.
Se procuras ajuda para trabalhar as dificuldades na gestão dos ciúmes, posso ajudar em terapia.
Valeriya Kalyuga
Counsellor & Terapeuta transpessoal
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Referências do artigo:
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