A ansiedade é uma das experiências emocionais mais comuns da nossa vida moderna. Quase todos já sentimos aquele aperto no peito, o coração a bater mais forte, os pensamentos a correr sem parar ou a dificuldade em dormir antes de um dia importante. Estes sinais fazem parte do funcionamento natural do nosso corpo e, em doses moderadas, até podem ser úteis: ajudam-nos a estar atentos, a reagir e a proteger-nos de situações de risco.
O problema surge quando a ansiedade deixa de ser passageira e começa a instalar-se de forma persistente, a ponto de interferir com o nosso bem-estar e com a nossa vida diária.
Vivemos num mundo acelerado, constantemente expostos a exigências pessoais e profissionais, e a estímulos: notificações, prazos, responsabilidades, expetativas sociais. A velocidade com que tudo acontece deixa pouco espaço para a pausa e para o silêncio em que este ritmo desumano aumenta a probabilidade de desenvolvermos sintomas de ansiedade psicológicos e físicos:
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Dificuldade de concentração, fadiga mental — pensamento disperso ou acelerado.
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Problemas no sono: insónias, cansaço apesar de se dormir, sono interrompido.
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Sintomas físicos: palpitações, sensações de “aperto no peito”, inquietação corporal, tensão muscular.
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Evitação de certas situações sociais ou de confronto com medos (“fobias sociais”, espaços fechados ou públicos) por receio de desencadear episódios de ansiedade.
- Saúde física é impactada, com dores de cabeça, tensão muscular, desconfortos no estômago e fadiga persistente a acompanharem o quadro ansioso.
A verdade é que a ansiedade não escolhe idade, género, nível económico ou cultural, qualquer um pode tornar-se alvo dela. Ainda assim, atualmente sabemos que fatores como a predisposição genética, o stress prolongado ou experiências de vida mais desafiantes podem aumentar a vulnerabilidade. Apesar da sua frequência, a ansiedade continua a ser, muitas vezes, desvalorizada. Muitas pessoas sentem vergonha em falar sobre o que vivem, por medo de serem vistas como fracas ou incapazes de aguentar a pressão. Este silêncio só contribui para o agravamento do problema.
É importante olharmos para a ansiedade com seriedade e de procurar estratégias para lidar com ela. Reconhecer e aceitar é o primeiro passo, perceber que o que se sente é real e merece atenção. Falar sobre o assunto com pessoas de confiança pode aliviar o peso e trazer novas perspetivas. Cuidar do corpo é essencial: investir em sono de qualidade, numa alimentação equilibrada e em exercício físico regular ajuda a regular os níveis de ansiedade. Também é útil aprender e praticar técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação e mindfulness, que têm mostrado eficácia na regulação emocional. Além disso, é fundamental estabelecer limites, aprender a dizer não, gerir melhor o tempo e reduzir a exposição a estímulos constantes, como redes sociais, para recuperar o equilíbrio. Em situações mais intensas, procurar apoio profissional através da psicoterapia ou acompanhamento médico não deve ser visto como sinal de fraqueza, mas sim como um gesto de coragem.
A ansiedade faz parte da nossa condição humana, sobretudo neste século marcado pela pressa e pela hiperconectividade. Mas não deve ser ignorada ou desvalorizada. Reconhecer os sinais, procurar ajuda e adotar estratégias de autocuidado são passos fundamentais para que a ansiedade não tome conta da vida. Cuidar da saúde mental é um ato de coragem e também de amor-próprio. Falar sobre ansiedade é quebrar o silêncio e abrir espaço para uma vida mais leve, mais equilibrada e mais consciente.
Se procuras ajuda nesta dimensão da tua vida, posso ajudar em terapia.
Valeriya Kalyuga
Counsellor & Terapeuta transpessoal
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