As emoções são uma parte intrínseca da nossa experiência humana. Elas influenciam-nos constantemente, guiando as nossas escolhas, interações e até a forma como nos vemos no mundo. Mas, apesar da sua presença constante, muitas vezes somos levados a acreditar que não temos controlo sobre as emoções. Embora é certo, que face às circunstâncias externas que mexem com as nossas feridas mais profundas seja difícil ter controlo emocional, a terapia pode ajudar-te a que aprendas a gerir melhor as tuas emoções. Essa melhoria acontece, porque através do autoconhecimento vais perceber que gatilhos e feridas antigas se ativam em ti e que despoletam reações desproporcionais.

Como podes fazer essa aprendizagem da gestão emocional? Através do desenvolvimento da inteligência emocional, um conceito que talvez já ouviste falar. A inteligência emocional não é algo que nasce connosco, mas pode ser desenvolvida ao longo da vida. É a capacidade de reconhecer, entender, controlar e usar as emoções, tanto as nossas quanto as dos outros, para guiar o nosso pensamento e as nossas ações. Essa habilidade não impacta apenas a nossa vida pessoal, mas também influencia fortemente o nosso sucesso nas relações profissionais, sociais e pessoais.

A inteligência emocional inclui uma série de competências interligadas. A primeira dessas competências é o autoconhecimento emocional, que se refere à nossa capacidade de identificar e compreender as nossas próprias emoções. Saber o que estamos a sentir, e porque estamos a sentir aquilo, é o primeiro passo para gerir as nossas reações. Muitas vezes, reagimos impulsivamente a situações sem compreender completamente o que nos está a a afetar naquele momento. Portanto, praticar o autoconhecimento, seja através da reflexão, introspeção, meditação ou simplesmente pela observação das nossas emoções ao longo do dia, é essencial para podermos agir de maneira mais equilibrada.

Outro ponto importante é o autocontrolo emocional, que significa sermos capazes de regular as nossas emoções, especialmente em momentos de stress ou pressão. Em vez de deixar que as nossas emoções nos controlem, podemos aprender a “pausar” antes de reagir, avaliando a situação com mais clareza e respondendo de forma mais ponderada. Técnicas como a respiração profunda ou a prática de mindfulness (atenção plena) são extremamente eficazes para cultivares essa habilidade, pois nos ajudam a centrar a nossa mente e a reduzir a intensidade emocional em momentos de crise.

Além disso, a motivação também desempenha um papel importante na inteligência emocional. Sermos capazes de nos motivar internamente, mesmo diante das dificuldades, permite-nos manter o foco nos objetivos é muito importante. Isso traduz-se numa maior persistência e resiliência, características fundamentais para lidar com os altos e baixos da vida.

A empatia, por sua vez, é outra habilidade fundamental. É a capacidade de se colocar no lugar do outro, de compreender e até mesmo sentir o que a outra pessoa está a vivenciar. Quando somos empáticos, somos mais aptos a responder com compreensão e apoio, o que fortalece os nossos relacionamentos e nos permite lidar melhor com conflitos.

Por fim, as habilidades sociais envolvem a capacidade de construir e manter relacionamentos saudáveis. Aqueles que possuem uma alta inteligência emocional sabem como comunicar de forma eficaz, influenciar positivamente os outros e resolver as disputas de maneira construtiva. Num ambiente de trabalho, por exemplo, essas habilidades podem ser a chave para um bom trabalho em equipa e para a criação de uma atmosfera de colaboração mútua.

Embora essas competências pareçam ser habilidades naturais para algumas pessoas, todas elas podem ser desenvolvidas e aprimoradas com a prática. À medida que tomamos consciência das nossas emoções e trabalhamos ativamente para cultivá-las, podemos melhorar a nossa capacidade de lidar com o que sentimos e com o que os outros sentem. Isso não significa reprimir as emoções, mas, sim, aprender a utilizá-las de forma construtiva, tanto para a nossa própria evolução quanto para a harmonia das nossas relações.

Quando conseguimos gerir as nossas emoções de maneira eficaz, os benefícios são imensos. A nossa capacidade de tomar decisões torna-se mais clara, pois não estamos mais a ser “dominados” por impulsos ou reações emocionais descontroladas. Os nossos relacionamentos melhoram, pois conseguimos comunicar-nos com mais empatia e compreensão. E, talvez o mais importante, a nossa saúde mental e bem-estar são favorecidos, já que aprendemos a lidar com o stress e a adversidade de maneira mais saudável.

Portanto, aprender a gerir as emoções é um processo contínuo. Com o tempo, podemos desenvolver uma maior inteligência emocional, criando um equilíbrio entre razão e emoção que nos permita viver com mais serenidade e eficácia. O impacto disso, tanto na vida pessoal quanto profissional, é inegável. Além de melhorar nossa saúde emocional, a inteligência emocional também abre portas para relações mais autênticas, uma comunicação mais eficaz e uma vida mais satisfatória.

Se sentes dificuldades para lidar com as tuas emoções ou desejas aprimorar as tuas habilidades emocionais, vale a pena procurar apoio. A terapia é uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento e desenvolvimento emocional, posso ajudar-te nesse processo.

Valeriya Kalyuga

Counsellor & Terapeuta transpessoal

Consultas online e presencias em Lisboa

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Referências:

  • Correia, D. T. (2018). A ansiedade nos nossos dias. Bertrand Editora.

  • Goleman, D. (2010). Inteligência emocional. Temas e Debates.

  • Schutte, N. S., Malouff, J. M., Thorsteinsson, E. B., Bhullar, N., & Rooke, S. E. (2007). A meta-analytic investigation of the relationship between emotional intelligence and health. Personality and Individual Differences, 42(6), 921–933. https://doi.org/10.1016/j.paid.2006.09.003

  • Martins, A., Ramalho, N., & Morin, E. (2010). A comprehensive meta-analysis of the relationship between emotional intelligence and health. Personality and Individual Differences, 49(6), 554–564. https://doi.org/10.1016/j.paid.2010.05.029