As amizades são uma das formas mais profundas que temos de ligação com os outros. As conexões que estabelecemos desempenham um papel essencial no nosso bem-estar psicológico e emocional. A ciência tem demonstrado, de forma consistente, que as relações de amizade de qualidade funcionam como um verdadeiro “amortecedor” contra o stress, a ansiedade e a depressão.
Estudos longitudinais, como o de Umberson e Montez, mostram que pessoas com laços sociais fortes tendem a viver mais tempo, têm melhor saúde mental e física e apresentam menores níveis de inflamação e mortalidade. As relações de amizade promovem sentimentos de pertença, apoio e segurança emocional que são fatores que reduzem o impacto dos eventos stressantes e aumentam a resiliência psicológica.
Do ponto de vista psicológico, a amizade oferece um espaço de validação e partilha emocional, que são essenciais para o desenvolvimento da empatia e da autorregulação emocional. Ter amigos próximos contribui para uma maior autoestima e sentido de propósito, além de reduzir o risco de isolamento social, que é um dos principais fatores associados à depressão e ao declínio cognitivo em adultos e idosos.
Por outro lado, a ausência de relações significativas ou a presença de amizades conflituosas pode ter o efeito oposto, aumentando desta forma o risco de sofrimento emocional e sintomas depressivos. Assim, mais do que um elemento de lazer, as amizades são um verdadeiro pilar da saúde mental — uma rede de apoio que alimenta o equilíbrio emocional, a segurança interior e o bem-estar geral.
Por isso, cuidares das amizades, investires em relações autênticas e permitires-te a vulnerabilidade são formas de cuidar não só dos outros, mas também de ti mesmo/a. A amizade, quando cultivada com empatia, respeito e reciprocidade, é uma das formas mais eficazes de promover saúde emocional ao longo da vida.
Valeriya Kalyuga
Counsellor & Terapeuta transpessoal
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Referências:
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