A natureza contraditória da vida em comum está sintetizada nos desafios enfrentados à medida que o relacionamento amadurece. Quanto mais os dois dividem atividades rotineiras, menos mencionam as suas reais necessidades. Quanto mais deixam o relacionamento tomado pelo “piloto automático”, menos chances têm de evitar um desvio de rota – causado justamente pela falta de atenção, comunicação e assuntos de desenvolvimento pessoal não trabalhados.

Durante alguns anos, a vida estará cheia de distrações. Há a casa para cuidar, filhos para criar, a carreira profissional – e acontece que muitas vezes a relação acaba por ficar em segundo plano.

Outras vezes, a monotonia toma conta da vida do casal sem ser percebida, ou o que é pior, é percebida, mas ninguém fala sobre isso, porque sempre há coisas mais urgentes para resolver. O certo, porém, é que para a maior parte dos casais a importância de ter alguém para dividir alegrias e tristezas compensa os problemas que vão surgindo.

LOGO QUEM FUI ESCOLHER?

Um teste difícil para a grande parte dos casais é o período de calmaria que sobrevém quando todos os filhos cresceram. Os dois com certeza já terão consolidado as suas carreiras ou caminhos, de repente a vida pode ficar meio vazia para os dois.

Nesse período, pode ser que apareçam perguntas do tipo: “Porque será que fui escolher essa pessoa?” Ao fazer, finalmente, um balanço após tantos anos de vida em comum, pode até ser que os dois se sintam chocados ao descobrir que uma enorme distância os separa. Alguns podem chegar à conclusão de que a distância é tão grande que não há mais caminho capaz de reuni-los novamente. O casamento acabou. Mas para outros, a súbita descoberta de que as rotinas de tantos anos os separam servirá como estímulo para mudanças positivas.

Embora este tipo de questionamentos sejam mais frequentes nesse período, qualquer relação poderá passar por fases mais difíceis marcadas pelo desentendimento,  mal-entendidos, discussões, esfriamento físico e emocional. Faz parte, são os altos e baixos das relações. O que fazemos com isso, por outro lado, é que vai definir se o relacionamento se mantém fortalecido pelos desafios ou irá sucumbir ao término.

O relacionamento é sempre um organismo vivo, em permanente mudança e transformação. O compromisso exige que estejamos preparados para abraçar as readaptações constantes da vida do casal e de cada um dos parceiros individualmente.

Os problemas podem surgir quando recusamos aceitar essas mudanças, não aprofundamos os assuntos que incomodam, não expressamos as nossas necessidades e limites, não nos vulnerabilizamos com o nosso/a parceiro, exigimos, ou procuramos viver uma vida a dois em constante conflito e dependência emocional.

Valeriya Kalyuga

Counsellor & Terapeuta transpessoal

Consultas online e presencias em Lisboa

Agenda através do formulário do site ou envia email para: consultas@valeriyakalyuga.com